Helena Águeda Marujo é doutorada em Psicologia (Psicoterapia e Aconselhamento Educacional) pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa.
É Professora Associada no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, onde exerce os cargos de Coordenadora Científica da Pós-graduação em Psicologia Positiva Aplicada e onde é investigadora integrada do Centro de Administração e Políticas Publicas (CAPP).
É Titular da Cátedra UNESCO em Educação para a Paz Global Sustentável da Universidade de Lisboa.
É membro do Conselho Consultivo da International Positive Psychology Association, da Direção da European Network of Positive Psychology, da Medical Advisory Comision da Make-A-Wish International e do TAOS Instituto e TILAC - Taos Institute Latin America, Portugal and Spain.
Autora de inúmeras obras científicas e de divulgação da ciência, teve como publicações mais recentes, em Língua Portuguesa, e em coautoria, o livro “Humanizar as Organizações: Novos Sentidos para a Gestão de Pessoas” (2019) da Editora RH e, na Editora Pactor/ISCSP, o livro “Educação para a Paz Global Sustentável: Complexidades e Contributos.” (2022).
O papel da Cultura e das Humanidades na construção da Felicidade
por HELENA MARUJO
A vastidão da cultura toca de muitas formas a busca e compreensão da felicidade, entendida, primordialmente, enquanto florescimento humano.
O florescimento humano não é apenas uma preocupação central das humanidades, mas foi um catalisador chave para o seu desenvolvimento inicial.
No nosso mundo contemporâneo, as humanidades tendem a ser pensadas menos como um programa de estudo abrangente e mais como um conjunto de disciplinas prosseguidas nas nossas instituições académicas, demasiado centradas na cultura científica.
Mesmo um breve olhar sobre estas várias disciplinas revela uma preocupação com o florescimento humano também nas suas raízes.
Em filosofia, por exemplo, Sócrates argumentou que "a vida não examinada não vale a pena ser vivida" e instou os seus colegas atenienses a cultivar a virtude como a que conduz a todos os bens públicos e privados.
Platão escreveu diálogos sobre a natureza da virtude, da justiça, da coragem, da piedade, da verdade, do prazer, da criatividade, da beleza e do amor.
No seu diálogo mais famoso, "A República", Platão explorou o estado justo e sugeriu as melhores formas de a política poder apoiar o florescimento humano.
Assim, navegaremos nesta conversa sobre como as culturas, científica e não científica, se cruzam para nos ajudar hoje a entender, de forma pragmática e consequente, como potenciar a felicidade individual e pública.