Olga Maria Costa da Fonseca realizou o mestrado em Estudos Literários Comparados, na Universidade Nova de Lisboa, apresentando a dissertação O Processo de Individuação nos Contos Tradicionais. O Ciclo do Animal-Noivo.
Realizou o doutoramento em Literatura, especialidade de Literatura Oral e Tradicional, na Universidade do Algarve, apresentando a tese O conto maravilhoso e o desenvolvimento de um raciocínio ético.
É investigadora do Centro de Estudos Ataíde Oliveira (CEAO) e colaboradora do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT)
Tem lecionado unidades curriculares do Departamento de Línguas Literaturas e Culturas, e orientado relatórios de mestrados.
Desenvolve investigação no âmbito da literatura tradicional e da literatura para crianças e sua didática, áreas em que tem apresentado comunicações e produzido artigos..
Tem colaborado com bibliotecas, jardins de infância e escolas do ensino básico, no âmbito da literatura para crianças.
VALORES E DISSABORES NA LITERATURA PARA CRIANÇAS- O PAPEL DA MEDIAÇÃO
por OLGA FONSECA
O texto literário, como qualquer outra forma de expressão artística, tem como principal objetivo a fruição estética – de quem produz e, desejavelmente, de quem recebe.
Contudo, quando se trata de produções que têm a criança como primeira destinatária, consideramos que deve haver um objetivo acrescido: o da formação integral do ser.
O livro para crianças – no seu conjunto, incluindo capa, guardas, folha de rosto, texto e ilustrações – não é inocente nem unívoco. A criança não tem ainda, por definição, a experiência de vida suficiente nem para retirar da obra toda a sua riqueza, nem para lançar um olhar crítico sobre a mesma. O facto de continuarem a ser publicadas, atualmente, obras que foram produzidas séculos atrás, num contexto sociocultural obviamente diferente, aumenta os problemas de receção. Assim, o papel da mediação é fundamental.
Propomo-nos, pois, refletir sobre o papel do livro para crianças e da sua mediação na construção da identidade, no desenvolvimento de uma atitude inclusiva e na aceitação e valorização da diversidade. Propomos, finalmente, usar a mediação no sentido do desenvolvimento de um raciocínio ético.